Reza a lenda que seu nome foi dado a partir de uma reação de Audrey quando Givenchy mencionou sua intenção de comercializar o tal perfume. Teria ela dito: "- Eu o proíbo!". Deste modo, o nome L´Interdit foi dado à fragrância visto significar "o proibido" em francês.
Infelizmente, como a maioria dos perfumes antigos, L´Interdit passou por uma reformulação no ano de 2002, através dos narizes de Jean Guichard e Olivier Gillotin, perdendo sua alma tão sofisticada e vintage. Clássicos deveriam ser intocáveis...
L´Interdit
Foi uma aparição quase etérea
Aldeídos gotejantes em suave aquarela
Dissiparam-se então todas as dúvidas
Ela nasceu pra passarela!
Manto cor-de-rosa e luvas de cetim
Contas de citrino em aura de jasmim
Álgido sopro levando consigo
Do doce e cálido pêssego o abrigo
Sob fina chuva os balões coloridos
Rodopiando na histórica Praça do Carrosel
Bergamota e morango brincando imbuídos
De tingir com cores quentes o painel
Entre a leve bruma de íris e violeta
Lágrima ametista na lânguida despedida
A arte de representar a dor e a alegria
Estando ela na chegada ou na partida
Estando ela na chegada ou na partida
Nos bastidores as flores de carnal buquê
Em meio a narcisos, rosas e raiz de lírio
Fava tonka com sabor de marrom glacê
Olfato e paladar em íntimo delírio
Olfato e paladar em íntimo delírio
Sóbrio manto verde musgo
Pousando sobre alvo tule plissado
Agora a frágil garota beatnik
Era apenas uma sombra do passado
Chapéu de palha cingido em rosa chá
Tecido chinês ideal pra pescaria
Os vapores do Sena num suave abraço
Exalando todo o frescor da alcaravia
Num voo expressando pura liberdade
Num voo expressando pura liberdade
O pombo bateu as asas odoratas
Um retrato ali foi imortalizado
De um semblante raro e aristocrata
Um retrato ali foi imortalizado
De um semblante raro e aristocrata
Assim ela podia ser todas
Como todas estavam dentro dela
Simples e dócil, altiva ou sofisticada
Camaleão fêmea com alma de cinderela
O Louvre então tornou-se palco de uma miragem
Quando ela surgiu como rubra fata morgana
Em tinto tecido de ambarino sândalo
Simbolizando o êxtase e o nirvana
O impacto da fascinante imagem
Revestida da mais pura audácia
Era a beleza que ali materializada
Ofuscava até a Nice de Samotrácia
O impacto da fascinante imagem
Revestida da mais pura audácia
Era a beleza que ali materializada
Ofuscava até a Nice de Samotrácia
A fragrância de L´Interdit encontra sua representante em Jo Stockton, interpretada pela própria Audrey Hepburn, na segunda fase do filme "Uma cinderela em Paris"(Funny Face, 1957), quando Jo torna-se de fato uma modelo.
O fantástico figurino ostentado pela personagem foi todo criado pelo fabuloso Givenchy.
Que lindo Li! Não conhecí o L'Interdit, conhecí o Fleur d'Interdit.
ResponderExcluirVc conheceu o Fleur d'Interdit? Floralzão divino...
Não entendo essas descontinuações... somos obrigados a nos contentar com essas porcarias que estão lançando? Fico revoltada...
Obrigada, Ju! Não conheço o Fleur d´Interdit...será ele ainda mais floral que a fragrância-mãe?!! Bom, eu nunca vou me conformar com descontinuações e reformulações, não tem jeito. Por isso sou uma garimpeira...
ExcluirTambém acho que os clássicos não deveriam ser reformulados, porque eles contam uma história de uma sociedade, de uma época... mas eles sempre fazem isso, além de descontinuar verdadeiros sucessos. Te achei por meio do site Fragrântica , por ser uma fã da casa Kenzo, vi que você tem o King Kong, que tenho uma enorme curiosidade de conhecer,mas que infelizmente não se acha mais... Você poderia resenhá-lo, por favor?
ResponderExcluirOlá, Amanda, bem vinda. Obrigada pela visita! Também sou fã da casa Kenzo, muito! O King Kong é maravilhoso, um dos meus perfumes prediletos( rosas+ especiarias e gasolina, rs). E ele está na lista de resenhas sim, só aguardar! De todo modo, falei dele no www.fragrantica.com
ResponderExcluirbjs
Lily, adorei o post. Lindas cenas com Audrey Hepburn. Concordo com você e com o pessoal dos comentários: Clássicos nunca deveriam ser reformulados! Beijão e Lily!!!
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